O ser humano é muito hábil em se adaptar e superar diversas situações desafiantes.
Mas aqui estamos falando do final do processo e também generalizando, precisamos considerar a vivência, o trajeto e a singularidade de cada um, a estrutura psíquica particular.
Se mudar pra outro país é um ato corajoso, mas é também uma jornada repleta de desafios emocionais e sociais.
Após a euforia inicial ao chegar no país que tanto desejava, você imigrante irá enfrentar o chamado “luto migratório” que pedirá elaboração para que você consiga se adaptar a sua nova realidade.
Aqui você pode se deparar com algumas novidades, uma delas é a expectativa que se tem ao decidir morar em outro país, isso é geralmente romantizado pelas pessoas, os desafios não costumam ser explorados. Outro ponto, é que as pessoas costumam ligar o “luto” somente a perdas por morte ou fim de um relacionamento.
Mas o luto está atrelado a qualquer mudança na vida de uma pessoa, já que toda mudança envolve a perda de algo.
Com a mudança, você sofre com o afastamento da família e amigos, os desafios da nova língua, da cultura, sensação de não pertencimento e solidão, entre outros. Em alguns países você pode sofrer xenofobia, levando a um sentimento de rejeição, o que agrava o luto.
Todos esses fatores envolvem perdas muito importantes!
Se você não processa adequadamente esse luto e sua capacidade de resposta não é suficiente para reorganizar sua personalidade, somado a outras condições difíceis oriundos do país estrangeiro pode-se desencadear a “Síndrome do imigrante”, conhecida também como “Síndrome de Ulisses."
Alguns sintomas que podem surgir: Insônia, dificuldade em relaxar, dores musculares ou de cabeça, tédio, nervosismo, solidão e tristeza.
Você pode entrar em uma espécie de estado depressivo e de tristeza, recolhendo-se em si mesmo, e, por outro lado, pode ficar hiperativo e ansioso, consumindo muita energia.
É comum esses sintomas serem confundidos com alguma doença mental como a Depressão, mas quando se trata da Síndrome do Imigrante e você consegue ajustar as questões que deram origem a síndrome, os sintomas costumam desaparecer.
É aqui que a psicoterapia pode ser muito importante pra você. No processo terapêutico você pode encontrar um espaço seguro para expressar seus sentimentos e experiências de vida. O Psicólogo pode te ajudar a compreender e aceitar suas emoções, bem como oferecer suporte para enfrentar as dificuldades que surgem ao viver em outro país.
Além disso, a terapia pode te ajudar a desenvolver estratégias para superar a solidão, melhorar suas habilidades de comunicação em um novo idioma e encorajá-lo a criar novas conexões sociais. Com o autoconhecimento obtido na terapia você terá mais chances de integrar sua cultura de origem com a cultura do país de acolhimento. Uma vez que ter consciência de si mesma amplia sua visão e podem tornar mais evidentes as inúmeras possibilidades de escolhas que atendam as suas necessidades.
Sem contar que, como mencionei num outro artigo, fazer terapia na sua língua materna é duas vezes mais eficaz que em outra língua, pois ajuda a você se sentir mais pertencida(o) ao se vincular com alguém da mesma cultura, além de tornar mais fácil a expressão de sentimentos. Algo imprescindível para elaborar o luto que você está vivendo.
A terapia pode ser uma ferramenta poderosa para transformar esses desafios em crescimento pessoal tendo o suporte psicológico para enfrentar os desafios emocionais e sociais de se morar num país estrangeiro.
Você não precisa enfrentar essa solidão e esses desafios sozinha (o)
Se você é imigrante e se identificou como que escrevi, me chama aqui para lidarmos juntos com isso!