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Foto do escritorValtência Barreto

Quando a insegurança trava a vida do imigrante

Imigrante insegura sem saber pra onde ir

É comum que, ao se mudar para outro país, você se depare com o medo de se lançar. A nova língua, os costumes diferentes e a ausência de uma rede de apoio reforçam um sentimento de vulnerabilidade. Porém, há uma tendência preocupante: o isolamento. A insegurança pode impedir que você busque novas experiências, gerando uma sensação de paralisia.


No meu trabalho como psicóloga, percebo que a insegurança cria uma sensação de inaptidão, onde o medo de fracassar ou de não ser aceito impede que se busquem novas conexões. Isso limita a capacidade de explorar e aproveitar plenamente o novo país.


Pessoas travam suas relações com o novo mundo e consigo mesmas, por medo de não darem conta. Assim, a experiência de morar fora se torna limitada, aqui a insegurança vira um escudo que impede o florescer da vida.


Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 1 em cada 5 pessoas que migram desenvolve algum tipo de transtorno de ansiedade, frequentemente relacionado à insegurança diante do novo ambiente.


Frases como “não vou me adaptar” ou “não consigo fazer amigos aqui” são reflexo de uma percepção distorcida da própria capacidade. A insegurança mina a confiança e alimenta o ciclo de solidão. A vida no exterior acaba sendo vivida de forma parcial, com medo de fracassar e, muitas vezes, um desejo constante de voltar para o conhecido, sem nunca realmente ter dado uma chance ao novo.


O desafio aqui é trabalhar a capacidade de se amparar e confiar em si mesmo, isso não significa ignorar a importância do outro, ao contrário, fortalecer-se internamente para que as relações com o novo ambiente sejam mais autênticas e menos baseadas em medo e retração. Um estudo da Universidade de Sussex revelou que imigrantes com níveis mais elevados de autoconfiança tendem a se adaptar melhor, enquanto aqueles com insegurança intensa enfrentam maior dificuldade em criar laços sociais e integrar-se culturalmente.


A insegurança, quando compreendida e trabalhada, pode abrir portas para uma vivência mais rica, onde o novo é abraçado com curiosidade e coragem.


A metáfora da adaptação é semelhante a plantar raízes em solo estrangeiro. O solo pode parecer duro no início, mas com paciência e autoconhecimento, as raízes se fortalecem, e a vida floresce, mesmo em terras distantes, e para isso, é preciso superar o ciclo de isolamento.


A terapia pode ajudar a fortalecer essa capacidade, pois quando tratada, a insegurança deixa de ser um bloqueio e se transforma em um trampolim para uma experiência de vida mais rica, onde o novo é abraçado com confiança.


Se você se identificou podemos trabalhar juntas para transformar esse medo em coragem, plantando raízes firmes para que você floresça onde estiver, abrindo caminhos para uma experiência mais plena no exterior.


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